“A chance é enorme”; Economista faz coro às críticas de Textor sobre a SAF e manda recado chocante para os botafoguenses

Economista teme que a SAF vire uma grande bola de neve não só para o Botafogo mas também para vários Clubes do Brasil.
 

A venda de Jeffinho ao Lyon da França por € 10 milhões caiu como uma bomba no Botafogo, que vem passando por algumas dificuldades neste início de temporada por conta de penhoras e bloqueios por conta da SAF. John Textor, na semana passada, inclusive, fez fortes reclamações as leis impostas pela SAF. Quem concordou com o empresário americano foi o economista Cesar Grafietti, que considerou que a revolta do dirigente é correta e que uma hora ou outra isso viria a tona.  Em artigo  recente no portal “Infomoney”, Grafietti relembrou falhas da legislação. 

Um dos fatores que César critica essa lei imposta pela SAF é que 20% do valor de venda dos atletas tem que ser destinadas para pagar dívidas trabalhistas e cíveis, enquanto as dívidas esportivas e fiscais ficariam com o Clube associativo. Na visão do profissional e também de Textor, as duas partes deveriam ser conjuntas e não seperadas. “John Textor descobriu que nem tudo que contaram para ele era verdade (…). Agora quer mudar a lei, porque ela não é boa. C’mon! Ela nunca foi boa, caro Textor! Ela tinha pegadinhas e cascas de bananas que, em algum momento, chegariam aos clubes menos atentos“, escreveu Grafietti.

 

 

“Desde sempre estava claro que a única maneira de fazer o projeto da SAF funcionar sem riscos era agir de forma mais dura que a lei, fraca e incompleta desde seu nascimento. O ideal seria assumir todas as dívidas e colocá-las na conta de aquisição. Nem que para solucionar o problema fosse necessário pedir uma Recuperação Judicial na sequência“, argumentou Grafietti, considerando os valores das SAFs vendidas no ano passado como muito altos.

 

 

“Já disse várias vezes que as SAFs foram negociadas a valores muito caros. Tenho enormes dificuldades em visualizar retornos para os investidores a partir da simples boa gestão dos clubes. Isso porque alguns nem consideraram todas as dívidas nas contas. Se fossem obrigados a pagar tudo, talvez os negócios não aconteceriam”, afirmou o economista que salientou que quem entrar na SAF terá que vender seus principais talentos para conseguir manter o caixa controlado.

 

“Lembram daquelas ideias de times fortes no Brasil? Esquece. Para essas estruturas que estão sendo montadas, o Brasil será sempre fornecedor de atletas – se não for, a conta não fecha. Ainda mais se a SAF tiver que bancar integralmente as dívidas das associações”, avaliou o economista que por fim, voltou a criticar as leis da SAF que vem fazendo com que o Botafogo acabe sofrendo penhoras e bloqueios ao mesmo tempo que aderiu a RCE. Por fim, Cesar Grafietti entende que toda essa confusão ligou um sinal de alerta em Textor e teme que esse debate fique pior no futuro do que já neste momento.

“Já surgiram ideias de ‘revisar’ a Lei das SAFs usando como referência o horroroso projeto que competia com ela nas discussões no Congresso. A chance de retrocesso é enorme. Isso assusta investidores, como já afastava aqueles que pararam meia hora para analisar os riscos jurídicos da Lei das SAFs“, concluiu.