Programa da ONU indica que o índice de crianças com HIV se deve, sobretudo, à transmissão de mãe para filho durante a gestação
Em todo o mundo, seis em cada dez crianças de 5 a 14 anos que vivem com o vírus HIV não recebem tratamento adequado para o controle da infecção. É o que aponta um novo relatório do UNAIDS, programa da Organização das Nações Unidas (ONU) que tem a função de criar soluções e ajudar nações no combate à AIDS. O resultado do relatório foi publicado nesta terça-feira (29).
De acordo com o UNAIDS, no ano passado, 800 mil meninos e meninas nessa faixa etária seguiam sem tratamento para o controle do vírus. O programa aponta que o índice de crianças com HIV se deve, sobretudo, à chamada transmissão vertical, que ocorre quando a gestante passa o vírus para o bebê, o que pode ser evitado por meio de pré-natal e medicamentos adequados durante a gestação.

Porém, ainda há pouco conhecimento da população geral sobre o tratamento para evitar a transmissão vertical. Também há casos de a gestante nem ao menos saber que é portadora do vírus. O relatório tem como foco as desigualdades sociais e econômicas, que são considerados os maiores obstáculos para eliminar a epidemia de HIV e AIDS até 2030, uma meta estabelecida pelas Nações Unidas.
�� Globalmente, apenas 5️⃣2️⃣% das crianças das crianças que vivem com HIV estão recebendo tratamento antirretroviral, o que as deixa bem atrás da população adulta, cujo acesso aos antirretrovirais está em 7️⃣6️⃣%, de acordo com os dados do Relatório Global do UNAIDS para AIDS 2022.
— UNAIDS Brasil (@UNAIDSBrasil) August 24, 2022
No Brasil, o medicamento para o controle da infecção é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas essa não é a realidade do resto do mundo. A transmissão vertical também é mais controlada por aqui em comparação com outros lugares. A pesquisa aponta ainda que a masculinidade tóxica está presente em regiões com alta incidência de HIV. Nesses locais, as mulheres submetidas à violência por parte de seu parceiro enfrentam um risco 50% maior de infecção pelo HIV.